Ao contrário do anterior, este não tem nada de romantismo,
só algumas reflexões do dia-a-dia. Quem me conhece bem, sabe que eu sou contra
uma pancada de injustiça que acontece no mundo, e ao contrário de muita gente,
eu não consigo simplesmente pensar “deixa pra lá”.
Na
sexta-feira, sai com meus amigos pra um dos barzinhos do Marista, onde a “elite”
goiana curte passar os finais de semana, ostentando seus carrões e melhores
roupas, não sou um dos maiores fãs do local, mas como tenho amigos que vão em
todo tipo de lugar (e eu também sou assim), e todo tipo de lugar pode incluir
até a “Eclipse”, fomos para o tal barzinho.
Em
determinada hora da noite, fui pra porta do barzinho pra dar uma andada, e vi
um garoto vendendo balinhas, perguntei pra ele quantos anos ele tinha, e ele me
disse que tinha 11 anos, poxa, eu com 11 anos, em uma sexta-feira às 2 hrs da
manhã estaria dormindo pra acordar cedo no outro dia para brincar na rua, e
enquanto isso vemos crianças passando as madrugas, e perdendo parte da sua infância
vendendo balinhas e vigiando carros, isso é foda.
Sei que
um sistema socialista é totalmente utópico e surreal, e muito menos funcionaria
no nosso país, mas aquele menino me fez parar pra pensar, que enquanto muita
gente “manda descer” os combos mais caros de barzinhos e boates, gastando
milhares em uma noite, uma criança tá ali na porta vendendo uma balinha pra poder sobreviver ou pra melhorar
a vida da família.
Eu
penso da seguinte forma, o dinheiro é seu, você ganha ele seja com trabalho, ou
com mesada do papai, e faz dele o que bem entender, mas sinceramente, não entra
na minha cabeça, que você tenha a necessidade de gastar R$1000, R$2000, R$5000
por noite, acho que isso é mais questão de status, de se mostrar pros outros,
do que benefício próprio, então, se você tem todo esse dinheiro pra gastar,
porque não pensa que pode ajudar uma pessoa, eu fico imaginando, se esses caras
que gastam tanto assim em uma noite, chegasse em um desses garotos e comprasse
todas suas balinhas, todo fim de semana, você não daria esmola pra ninguém,
ajudaria uma pessoa, e de quebra o moleque ainda podia ir dormir mais cedo.
Acho
que o que mais falta no mundo hoje em dia é pensar no próximo, não sou
hipócrita a ponto de dizer que faço tudo certo, porque não faço, na verdade
ninguém faz, mas todo mundo tem uma forma de ajudar, e acho que ajudar uma
pessoa causa mais impressão do que “ostentar”, só escrevi isso, porque aquela
cena que rolou sexta mexeu de certa forma cmg, e me fez parar pra pensar um
pouco mais nas coisas “não materiais” e gosto de pensar que as outras pessoas
possam pensar nisso também.
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