28 de abril de 2011

O casamento real...

Faz um bom tempo que eu não posto, e mais tempo ainda que eu não posto nada que seja de minha autoria, o fato é que a vida anda muito corrida, e ando muito sem tempo e inspiração.
Mas depois de algumas piadinhas no twitter eu meio que me inspirei, o casamento real.
Kate Middlenton e o Príncipe Harry se casam amanhã, numa linda sexta-feira.
Agora eu me pergunto, pq a semanas só se fala disso na mídia internacional, são duas pessoas normais, o cara tem mais dinheiro que eu e todos que vão ler esse blog juntos com certeza, mas e daí ?
O que essa porra desse casamento muda na minha vida?
O que essa porra de casamento vai mudar na vida desse tanto de gente que só sabe falar disso?
Primeiramente eu gostaria de desejar felicidade aos noivos, tudo de bom pra eles, que sejam muito felizes, nada contra o casamento deles, mas tudo contra o mundo todo se voltar pra isso.
Enquanto geral fica aí pensando sobre esse casamento, geral esquece que quem sofreu na catástrofe do Rio de Janeiro em meados de Janeiro desse ano continua desabrigado, o Japão com certeza ainda sofre com as consequências daquele mega terremoto.
Enquanto o casamento é o mais cotado em revistas e jornais, o Egito continua cheio de manifestações, a Líbia continua sob ataques, virou "moda"(por mais trágico que isso seja) abandonar os filhos em lixeiras...
Enquanto pessoas preferem olhar pra coisas "interessantes" eu fico aqui imaginando, o tanto de gente que passa fome nas ruas bem próximo a você, enquanto você paga sei lá 20 reais numa revista pra descobrir qual babado a futura princesa vai usar, tudo que um monte de gente gostaria era pelo menos um pouco desses 20 reais prá um prato de comida.
Pense nisso, num mundo onde a futilidade prevalece, é cada vez mais complicado viver.

12 de abril de 2011

#EUSOUGAY

Adriele Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis, 36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove verdade, é preciso dizer algo.

Eu conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.

Sem conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais, entre gays, lésbicas e travestis.

E me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de orientação sexual.

Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.

Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?

Quero então compartilhar essa ideia com todos.

Sejamos gays.

Independente de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela: #EUSOUGAY

Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:

1) Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família, namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente, presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY

2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com

3) E só :-)

Todas essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras, mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que amamos por seres invisíveis.

A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.

Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.

As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.

Como diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos acordar. Acordar Adriele.

— Convido a todos os blogueiros de plantão a dar um Ctrl C + Ctrl V neste texto e saírem replicando essa iniciativa —



Gostei da iniciativa, tá aí pra ser divulgado.

9 de abril de 2011

Para os vascaínos...

Recentemente, mais precisamente na quarta e quinta-feira dessa semana que se passou, o apresentador de TV Milton Neves, criticou e ridicularizou o Vasco da Gama, por um erro de arbitragem no jogo Vasco x ABC, no qual o juiz deu um pênalti ao Vasco que não existiu.

Erros de arbitragem ocorrem em todos os jogos, porém nesse em especial o “querido” Milton Neves, resolve tomar as dores, e dizer que não iria mostrar os gols da partida porque o Vasco havia roubado o jogo, primeiro, o erro foi do árbitro, o Vasco não tem culpa, relembrando aproximadamente um ano atrás, saímos da mesma Copa do Brasil, eliminados pelo Corinthians, com um empate num jogo onde o juiz deixou de marcar um pênalti claro no jogador Élton, erros de arbitragem acontecem, o que não dá pra acontecer é um apresentador querer ridicularizar um time e toda sua torcida por um erro de um árbitro, em resposta a isso nosso querido ídolo e presidente, escreveu uma carta resposta ao “querido” apresentador Milton Neves, vascaínos ou não sintam-se a vontade para ler.

Resposta ao apresentador de TV Milton Neves

O apresentador de esportes Milton Neves por intermédio de seu twitter, e em entrevista à Rádio Manchete, fez comentários desrespeitosos e absolutamente distanciados da realidade em relação à história centenária do Club de Regatas Vasco da Gama e à sua imensa torcida que merecem ser respondidos.

Suas palavras causaram no mínimo, estranheza, não somente pelo tom sarcástico e agressivo, como também pela insistência em qualificar o Vasco de time pequeno e seus torcedores de “trouxas e imbecis”. Tanto um quanto o outro (clube e torcedores vascaíno), são merecedores do máximo respeito por parte de qualquer pessoa e, principalmente, dos profissionais de imprensa. E você Milton, não é exceção.

Para avivar a sua memória, saiba que o Vasco é pioneiro no combate a todo tipo de preconceito e isso vem de muito tempo. Talvez, por essa razão, você tenha esquecido da contribuição dada pelo nosso clube à História (assim mesmo, com “H” maiúsculo) do Brasil, não só no esporte, como também a várias causas políticas e sociais em nosso país. Como pode menosprezar os grandes feitos do Vasco em todo tipo de modalidade esportiva que deu ao clube até agora, 116 títulos só no futebol e sem contabilizar os amistosos? Posso destacar entre eles, três sul-americanos, e quatro nacionais. Não podemos esquecer o mais recente Campeonato Mundial de Beach Soccer. Vale lembrar o Torneio de Paris (França): 1957 (2° campeonato Mundial);Taça Tereza Herrera (Espanha): 1957 ;Torneio de Santiago (Chile): 1957 e 1963; Torneio Pentagonal do México (México): 1963; Torneio Cidade de Elche (Espanha): 1979; Torneio Cidade de Sevilha (Espanha): 1979; Troféu Colombino (Espanha): 1980; Torneio Fest D'Eix (Franca): 1980; Torneio Ilha de Funchal (Portugal): 1981; Torneio de Verão (Uruguai): 1982; Copa de Ouro (Los Angeles, EUA): 1987; Copa Tap (Newark, EUA): 1987; Torneio; Ramon de Carranza (Espanha): 1987/88/89;Torneio da Lorena (França): 1989; Torneio da Amizade (África): 1991; Troféu Cidade de Barcelona (ESP): 1993; Troféu Cidade de Zaragoza (ESP): 1993; Torneio de Palma de Mallorca (Espanha): 1995; Troféu Bortolotti (Itália): 1997 entre outros.

O jornalista diz que o Vasco “outrora exemplar, líder e ganhador”, hoje, não passa de um clube com restinho de grife. Repudio a sua tentativa em reduzir o Vasco a uma grife (marca que caracteriza objetos de luxo). O nosso clube é de massa; é do povo sem acepção de pessoa. É isso que torna o Cruz-Maltino um clube diferenciado dos demais. O Vasco é único, apesar dos pesares.

Voltando às causas sociais, Milton, anote aí, para não esquecer: o Vasco foi o único clube carioca a manter em suas dependências uma Escola de Instrução Militar, formando mais de 10 mil recrutas para o Exército Brasileiro que integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB) . O Vasco foi também o único clube de futebol a doar dois aviões para a FEB, na campanha da II Guerra Mundial. Estes fatos podem não ter nenhum significado para você, mas eles são orgulho dos torcedores vascaínos, a quem você chama de “trouxas e imbecis”.

Foi justamente o Vasco, jornalista Milton Neves, o primeiro clube brasileiro a se insurgir contra o preconceito racial e social no esporte. Não sei se você, Milton Neves, conhece a fundo a história do esporte nacional, porque se a conhecesse, não poderia jamais tentar apequenar o Vasco, este gigante, que foi o primeiro clube brasileiro a conquistar um título internacional, fora de casa: o Sul-Americano de 1948.

Outro fato que surpreende pelo seu ineditismo e que é único na história cultural de nosso país é que o Vasco foi o único clube de futebol a abrigar nas dependências de sua sede em São Januário em 1943 e 1945, um desfile oficial de escolas de samba. Esse é ou não é um clube diferente dos outros? Essa é ou não é uma história como a de nenhum outro clube de futebol em todo o mundo? Dá ou não dá orgulho ser vascaíno?

Todos sabem, à exceção de você, que o Vasco é um gigante. Além do mais, temos um futuro ainda mais brilhante, que precisa ser construído no dia a dia, mesmo que isso incomode a alguns. E, para terminar, de modo a mostrar nossa grandeza não só no futebol, mas também nas relações cívicas, o convido, apesar das suas críticas, a nos visitar e conhecer a nossa história mais de perto, inclusive a nossa Sala de Troféus, que surpreende pela sua beleza e riqueza.

Saudações vascaínas,
ROBERTO DINAMITE
Presidente do Club de Regatas Vasco da Gama.